Atualmente o “chip da beleza” está tomando conta das conversas entre as mulheres. A promessa é que esse implante bloquearia o ciclo menstrual, funcionando com anticoncepcional e, como bonus, deixaria o corpo da mulher mais magro e com mais músculos.
Na verdade, a gestrinona é um hormônio sintético derivado de um hormônio masculino muito potente, o DHT. Ou seja, esse é um hormônio hibrido entre o hormônio masculino mais potente e a progesterona, assim, ele pode ser chamado de progestágeno também. Esta situação gera confusão entre sua utilidade como anticoncepcional ou droga anabolizante.
A gestrinona foi banida para uso em atletas por ser considerada um dopping. Na prática a ação dessa substância, assim como outros derivados sintéticos do DHT, normalmente geram algumas consequências negativas. Após alguns meses, normalmente, 1 a 2 anos, os receptores hormonais começam a ficar resistentes e o efeito benéfico começa a diminuir. Além disso, existe um mecanismo de formação de resistência a insulina causado pelo excesso de hormônios masculinos em mulheres, o que leva a uma tendência de engordar e dificuldade para emagrecer.
O uso de hormônios sintéticos, seja quais forem, sempre geram efeitos colaterais e deveria ser feito apenas em situações de doenças que são piores que os próprios efeitos colaterais do remédio. Felizmente temos hoje a possibilidade de repor hormônios quimicamente iguais aos humanos, muito mais seguros e eficientes na manutenção da saúde, ideais para o tratamento das deficiências hormonais.
A opção da reposição hormonal, quando necessária, deve ser pensada e discutida não só a curto prazo, mas principalmente a longo prazo pois beleza sem saúde não vale a pena.
Dr. Alexandre Duarte