Dificuldade de realizar tarefas do dia-a-dia, falta de vontade, fadiga crônica, pensamento lento, pensamento negativo, dificuldade para dormir e/ou acordar, tristeza e mau-humor.
Esses sintomas juntos são, normalmente, considerados parte de uma gama de doenças chamada Síndrome Depressiva. A depressão deve ser uma doença de exclusão, ou seja, primeiro deve-se investigar qualquer outra causa possível.
Infelizmente muitas doenças podem gerar esses sintomas, sempre que algum distúrbio do organismo compromete a função adequada do cérebro temos sintomas que podem ser interpretados como depressão. Na verdade, é provável, que a maior parte dos pacientes diagnosticados com depressão, provavelmente não a tem, ou pelo menos não tem simplesmente uma alteração de produção de neurotransmissores tratável com antidepressivos (que é basicamente o conceito de depressão).
Assim, tratar esses casos com antidepressivos não somente pode não melhorar a doença, como até mesmo piorar. Em muitos casos temos uma melhora discreta, causado por um tratamento parcial e, ao mesmo tempo, uma piora lenta e progressiva da causa base do distúrbio.
Como dito, existem muitas alterações que levam aos sintomas conhecidos como depressão. Os mais comuns são a disfunção da tireóide e também da adrenal. O da tireóide já está bem estabelecido, tanto que é praticamente obrigatório pedir exame da tireóide antes de se usar antidepressivos.
Já a adrenal é uma glândula que produz vários hormônios importantes e as publicações médicas recente também mostram uma correlação muito importante entre depressão e o distúrbio desta glândula. Porém a lista é muito grande, e até mesmo o diabetes pode gerar sintomas depressivos.
De fato, nesta lista grande de problemas, temos importante e pouco conhecido, o “Distúrbio Mitocondrial”.
A mitocôndria é um pequeno órgão que se encontra dentro da célula e gera toda a energia para as células e para o corpo. Assim, deficiências em seu funcionamento geram uma grande gama de problemas para a saúde. Até recentemente se pressupunha que se a pessoa estivesse viva é porque a mitocôndria estava funcionando. Bom, não é bem assim.
A mitocôndria é um micro-órgão celular e pode sofre lesões provenientes de infecções por vírus, bactérias e principalmente fungos. Pode ser sobrecarregada por nutrientes tóxicos e por desequilíbrios orgânicos.
Estudos na área da psiquiatria tem mostrado uma relação importante com várias doenças, como doença bipolar, Parkinson, Alzheimer e Depressão. A evidência científica faz todo sentido já que o cérebro normal gasta quase metade da energia do nosso corpo para se manter em repouso!
Assim deficiência na produção de energia mitocondrial gera grandes repercussões na função dos neurônios e até sua morte.
Quando os sintomas de cansaço e fraqueza estão evidentes e são muito importantes para o paciente, é provável que ele tenha disfunção mitocondrial. Independente de exames ou tratamentos para essa deficiência (que são importantes), melhorar a função da produção de energia no copo sempre ajuda a melhorar uma doença que tem por base debilitar as atividades de um paciente.
Existem medidas importantes que pode-se adotar para melhorar a função mitocondrial, assim como várias outras doenças, mudanças no estilo de vida podem até curar a doença quando ela ainda está no início.
São elas:
Diminuir o consumo de carboidratos. Os carboidratos têm uma grande quantidade de energia, o que parece, inclusive para quem está tendo problemas de energia, que ajuda.
Mas o fato é que eles geram um curto circuito, sobrecarregando e lesionando as mitocôndrias (muitas vezes o excesso de carboidratos e açucares alimentares são a causa da disfunção mitocondrial).
Aumentar o consumo de gordura animal (banha). Isso mesmo banha. A porção mais importante para a produção energética mitocondrial são suas membranas que são formadas quase que somente de gordura.
Caminhada. Caminhar 30 a 45 minutos por dia em passos rápidos, sem correr. O exercício moderado, principalmente a caminhada, estimula a mitocôndria a produzir novamente energia. Cuidado! Exercícios intensos e extenuantes fazem o efeito inverso.
Existem muitas substâncias, enzimas e vitaminas (além de hormônios) que interferem na função mitocondrial. Por isso o conhecimento do médico da fisiologia energética é muito importante para tratar os casos mais graves. Além disso, viver de forma saudável seguindo as dicas dadas, por exemplo, é uma excelente maneira de prevenir uma possível depressão ou outra doença neuro-psiquiátrica.
Dr. Alexandre Duarte